Por Ricardo Paolucci
Atuar na gestão de recursos públicos, seja em qualquer esfera, exige uma série de cuidados especiais. O primeiro deles – e talvez o principal – seja o conhecimento mínimo necessário das regras da administração pública e seus princípios norteadores.
O segundo – e tão importante quanto – é a sua
forma de conduta ética e moral, de responsabilidade e transparência, para fazer o que precisa ser feito.
Uma coisa depende da outra. Se você conhece a lei,
mas não pratica os princípios básicos da moralidade, fatalmente responderá
pelas consequências e penalidades cabíveis. Se você possui os princípios, mas
desconhece a lei, ainda que o erro não ocorra por má-fé, também sofrerá as
sanções.
Nos últimos 10 anos, venho atuando diretamente na
gestão desses recursos, oriundos da Lei de Incentivo ao Esporte (LIE). Nela, as
empresas podem aportar até 1% do seu IR devido para patrocínio de projetos
esportivos (similar à Lei de Incentivo à Cultura – a famosa “Lei Rouanet” –
sendo que na LIC, o aporte pode chegar a 4%).
Durante todo esse tempo, tive a oportunidade de
conhecer diversos projetos e seus respectivos gestores. Como em qualquer
segmento, temos as pessoas boas e outras não tão boas assim.
Infelizmente, o que estamos assistindo são, somente, os casos de irregularidades (que sim, devem ser mesmo divulgados). Porém, seria interessante que, para cada denúncia apresentada, fosse dado o mesmo espaço para apresentar algo de positivo. E, posso garantir a vocês que, para cada um “picareta”, existem 99 bons projetos. Mas, como já dizia a música, “aquele 1%...
Como exemplo, posso citar o belo trabalho realizado
pelos ex-atletas Joaquim Cruz, Magic Paula, Ana Moser, Anderson Varejão,
Elisângela Adriano, Rogério Sampaio, Família Grael; de clubes como Minas TC,
Flamengo, Sogipa, GN União, Curitibano; de outras entidades como
Instituto Remo Meu Rumo, Olga Kos, Cooper, ICB, LFAO, entre tantos outros.
Nesta época de revoltas, intolerâncias e radicalismos, é fundamental que haja muito cuidado, cautela e discernimento para que não se cometam injustiças. Que os bandidos paguem pelos seus crimes. E, aos que agem corretamente, também sejam mais valorizados.
Encerro
dizendo que, a melhor recompensa para alguém que atua com recursos públicos
pode receber (além de dormir com a consciência tranquila), é o relatório de
aprovação das suas contas. Melhor ainda, quando da visita técnica “in loco”,
ter seu trabalho (e de toda sua equipe) reconhecido.
Por várias vezes pensei em desistir, de atuar
somente com recursos privados. Mas ainda mantenho acessa a chama que é
possível, sim, fazer a coisa certa. Acredito que, cenas como a do link abaixo,
conseguem explicar melhor...